Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Getdown Services
A falta de formalidade não deve ser confundida com falta de educação. Alguma música britânica muito popular existe por causa desta falta de formalidade. E, volta e meia, as coisas têm que se renovar, isto é, tem que se encontrar uma fonte de energia nova, que operacionalize a falta de formalidade para uma nova geração. Porque as coisas saem de campo, pense-se em The Streets ou Sleaford Mods e na forma como institucionalizaram o seu som, por mais contracorrente que ainda queira ser. Por exemplo, os Sleaford Mods, mesmo que não quisessem, foram formalizados por uma audiência crescente. O tempo obriga a que se encontre informalidades. Eis os Getdown Services, banda de dois amigos que se conheceram na escola e fazem música entre Bristol e Manchester.
Depois de alguns singles editados nos últimos anos, no ano passado Josh Law e Ben Sadler formalizaram “Crisps”, álbum que foi um inesperado sucesso, crescente. Ao ponto de que a sua digressão de inverno no Reino Unido esgotou. O duo faz música que não parece séria, mas bate logo como pertinente. Parece a continuação dos Sexual Harassment e da sua “If I Gave You A Party”, um misto entre electro, disco apocalíptico e proto-punk. E, tal como os Sleaford Mods, a escassez de meios sugerida pelas costuras que as músicas têm liga diretamente a uma ideia de crise atual. Crise existencial, crise financeira, crise laboral, crise de tudo, um pouco como os Sleaford Mods pareciam uma resposta para tudo o que aconteceu ali entre 2008-2012. Os Getdown Services parecem a resposta para uma geração pós-pandemia, durante guerras que lixam a vida de todos os que podem ser lixados, o dinamismo que está ausente das nossas vidas e que chega e sobra saído das músicas deles.
Isto ainda é punk? Pode música que deveria pertencer a uma passadeira de ginásio ser a resposta para um buraco que existe nas nossas vidas? Na falta de formalidade, os Getdown Services continuam a festa que ficou por fazer dos Sexual Harassment, com a urgência possível de uns Sleaford Mods e humor saído da televisão britânica. Tão absurdos quanto reais, vivemos hoje bons tempos para música como a dos Getdown Services. (Texto por AS).
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O Simples Mente
O Simples Mente é um artista e produtor musical que viu na palavra uma boa oportunidade para fugir ao overthinking diário. Apresentou-se ao mundo em 2019, com uma interpretação ao vivo do tema original 'Girassol' e desde então tem explorado diferentes sonoridades em torno do seu imaginário poético. Em 2021, juntou-se com Leexo, para produzir um EP colaborativo: 'Vino Blanco at 4AM'. Este “bedroom pop” foi tocado ao vivo em salas como Musicbox e o Passos Manuel. Em 2023, lançou 'O Puto', com Marrquise. Produzido pela dupla entre salas de ensaio e retiros de criação, foi considerado um dos EPs do ano pela plataforma Música sem Capa e destacado. Em 2024, editou o single “CASTELOS” e colaborou em diferentes projetos como o livro “50 ABRIS: um livro sobre liberdade” ou o álbum “Love & Courage”. A sua música é uma tradução da forma como vê o mundo - “Se eu não escrevo o que penso, depois esqueço-me” - marcada por flows e melodias frescas. Em 2025, editou o single “ARRENDAR” e mais tarde o single “VENTOSO”, que marcou o primeiro momento de ligação à editora Biruta Records. Segue-se o single “SEM SABER SENTAR”, sendo o último instante de antecipação ao EP “ATROPELEI-ME”, marcado pela mistura de hip-hop consciente com lo-fi e pop num registo espontâneo e emocional, sem seguir fórmulas fixas, refletindo uma libertação criativa do artista.
Abertura de Portas
20:00
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